“Nada disso tem medida, nada disso foi programado, não”: práticas artesanais de um Jequitinhonha como jogos de linguagem em diálogo com [M]atemática[S]
Palavras-chave:
Artesania, Linguagem, Educação Matemática, DecolonialidadeResumo
O presente artigo, proveniente de questões que emergiram de uma pesquisa de doutorado em andamento, dialoga com as práticas de artesãs das comunidades de Campo Buriti Campo Alegre, zona rural do município de Turmalina, Minas Gerais, Brasil, e percorre o território dessas mulheres vislumbrando suas ações por meio da linguagem. Linguagem entendida para além de expressão audível ou escrita, mas representada em artefatos e ou ações performáticas e performativas. A análise das práticas socioculturais é pautada com base em um programa de natureza terapêutico+desconstrutivista+decolonial, fugindo de uma observação essencialista e busca a constatação de significados por meio dos usos das expressões em um determinado contexto. Nesse sentido, entendemos a relação espaçotempo como indissociável e fundamental para análise de quaisquer fenômenos, vistos que esses sempre ocorrem em local específico e apresentam duração histórica. Caminhando pelas pegadas das artesãs do barro, conseguimos ultrapassar o conceito de espaço para, então, atingirmos o território, categoria que abarca para além de uma geografia métrica. [M]atemática[s], então, emergirão enquanto práticas iterativas.Referências
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