Pescando viveres, saberes e fazeres: caminhos etnomatemáticos de pescadores artesanais de Ajuruteua/PA
Palavras-chave:
Saberes ancestrais, Pescadores artesanais, artefatos, Programa EtnomatemáticaResumo
Este artigo aborda os viveres, saberes e fazeres desenvolvidos por pescadores em uma comunidade denominada Vila dos Pescadores. Nosso objetivo proposto nesse trabalho foi analisar os viveres, os saberes e fazeres dos pescadores de Ajuruteua como possibilidades etnomatemáticas para o ensino e a aprendizagem da matemática escolar. Agimos sobre as narrativas desses pescadores, como instrumento de pesquisa, para evidenciar os artefatos produzidos, as histórias de vida e a história da localidade. Intermediados pela observação participante e pelas narrativas dos pescadores, pudemos lançar possibilidades de coconstrução dos conhecimentos matemáticos escolares. Para tal, caminhamos por cincos possibilidades etnomatemáticas, a saber: contextualização, aprendizagem significativa, cultura, interdisciplinaridade e a dimensão afetiva. Nossos olhares voltaram-se para a construção de redes como artefato principal e para a construção da pescaria denominada “curral”. Pescar, em nosso entender, vai muito além de capturar espécies marinhas. Pescar envolve viver e conviver em um ambiente cercado por histórias, lutas e insurgências. Pescar envolve o desenvolvimento de saberes e fazeres ancestrais, resguardados ao longo dos tempos por diferentes pescadores. Dialogamos com D’Ambrosio (2020, 2016, 2011, 2005, 1998), Mattos e Mattos (2021; 2019) e Mattos (2020) como aportes sobre o Programa Etnomatemática, além de outros autores que consubstanciam e enriquecem este trabalho. Finalizamos, acreditando que existem caminhos para modificar o imaginário sobre as dificuldades ou barreiras em relação ao conhecimento matemático escolar e uma delas é a entrada da dimensão afetiva da etnomatemática, dando significado e sentido aos conhecimentos matemáticos.Referências
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